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Barra Mansa, 30 de setembro de 2017

O TEATRO COMO ATO DE PROTESTO 

“O principal objetivo ao elaborar o projeto Operação Cascas é tocar numa memória que Barra Mansa foi impelida a esquecer, o terrorismo de Estado e as consequências em nosso território.  São incontáveis os esforços de representantes do Estado, antes e durante o recente período de redemocratização do país, para o apagamento e o silenciamento de memórias ainda sensíveis nas cidades que sofreram forte repressão durante o período militar no Brasil, e Barra Mansa, é uma delas”, explicou o coordenador do projeto Rafael Crooz, que lembra que uma parte do espaço deverá se tornar um centro de memória em favor às vítimas da ditadura militar assim como determina o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura de Barra Mansa e o MPF-VR.

 

Além de ser um ato de ocupação artística e resistência, Operação Cascas é um ato de protesto frente a um contexto político e social caótico e opressor e seus retrocessos nas conquistas de direitos de cidadania, memória e verdade.

 

“Nossa atuAção é defender que se preservem essas memórias ‘para que não se esqueça; para que não se repita!’ e, ao mesmo tempo que se possa contar por meio dessa história, a luta, o trabalho e as estéticas que vêm compondo cidades ao nosso redor, com os seus cotidianos”, declarou uma das integrantes do projeto e atriz, Carla Marques.

Às vésperas de Barra Mansa (RJ) completar 185 anos de emancipação, o projeto Nasce uma Cidade - Operação Cascas traz a tona as memórias e os acontecimentos históricos que marcaram o município durante os anos da ditadura militar. A estreia do espetáculo será neste domingo, dia 1º de outubro. Seguidas de apresentações nos dias 8, 22 e 29 de outubro, às 19hs.

 

Em sua 7º edição, a pesquisa dramatúrgica do Nasce Uma Cidade - Operação Cascas vem dos relatos que marcaram o espaço ocupado pelo Coletivo Sala Preta desde 2010, o Tulhas do Café, no Parque da Cidade, em Barra Mansa (RJ), local que abrigou o antigo 1º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada).

 

Criado na década de 1950 concomitantemente com à criação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) com o intuito de controlar os trabalhadores, manter a ordem e zelar pelo patrimônio nacional, o 1º BIB passou por um esquecimento induzido durante os anos 1990 sendo transformado em centro de lazer dos habitantes de Barra Mansa.

 

 

 

 

 

 

Foto: Luísa Ritter 

A pesquisa dramatúrgica desse ano vem de relatos que marcaram o espaço ocupado pelo projeto desde 2010, local que abrigava o antigo quartel do exército de Barra Mansa (RJ).

Nasce uma Cidade - Operação Cascas estreia neste domingo, dia 1º de outubro

Foto: Luísa Ritter 

Operação Cascas é um ato de protesto frente a um contexto político e social caótico e opressor

A Operação Cascas está integrada às ações do Núcleo À Margem e teve a orientação teórica da historiadora Alejandra Estevez. Aos novos processos metodológicos aplicados, formou-se o Laboratório Estético Prático, coordenado pela atriz Viviane Saar em parceria com a professora doutora em artes, Isabel Carneiro.

 

O Núcleo à Margem é um grupo de pesquisa e experimentações corporais e performáticas em arte política, teatro e dramaturgia que surgiu no curso Sala Preta 2015, com a montagem do espetáculo “A margem (que) te beira”, dirigido pelo ator Rafael Crooz.

 

“Entre abril e dezembro deste ano, o Núcleo À Margem se propôs a debruçar-se sobre a memória, a história e os fatos relacionados à instituição e apagamento do 1º BIB. Nos dedicamos  às leituras de obras literárias, pesquisas e relatórios das Comissões da Verdade à medida que realizavamos experimentações cênicas, poéticas e fotográficas”, explicou o integrante do Núcleo À Margem, Albinno Oliveira Grecco.

 

“Além de discutirmos as violações dos direitos humanos e o direito à memória com um recorte histórico e espacial específico, fazemos paralelos com outros acontecimentos históricos igualmente trágicos, que precisam ser lembrados para que não se repitam.  Resistir e construir novos horizontes, ver com outros olhos e refletir, aí está a contribuição das nossas referências bibliográficas em imagens e conceitos”, completou Jessica Kely Soares, integrante do Núcleo.

Foto: Luísa Ritter 

“Nossa atuAção é defender que se preservem essas memórias ‘para que não se esqueça; para que não se repita!’"

Serviço

Dias 1, 8, 22 e 29 de outubro

Local: Tulhas do Café, Barra Mansa (RJ)

Horário: 19hs

Entrada: R$ 10

Menores de idade apenas acompanhados pelos responsáveis

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Para garantir seu ingresso antecipado entre em contato com:

Gabriela Alm (24) 999594971 ou com Jkely Soares (24) 99954-2803

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