NASCEU BARRA MANSA
Em 1764, uma fazenda de gados e mantimentos foi fundada na sesmaria concedida pelo vice-rei, D. Antonio Álvares da Cunha, o Conde da Cunha, a Francisco Gonçalves de Carvalho. Nessas terras habitavam duas brutais nações indígenas, os puris e os coroados. Tanto os puris como os coroados se dividiam em várias tribos, vivendo continuamente em guerra umas com as outras.
Nas primeiras décadas do séc. XIX, a fertilidade do solo devida sua privilegiada posição geográfica, atraindo levas e mais levas de novos colonos, e o trânsito continuado das tropas e viajantes das vizinhanças e até de lugares mais distantes, fizeram com que ao redor da capelinha, erigida em 1820 em homenagem a São Sebastião, surgissem as primeiras edificações destinadas a comércio e residências.
Este movimento, nove anos mais tarde , provocaram idéias de autonomia política na população e pelas iniciativas de Custódio Ferreira Leite, o Barão de Aiuruoca, em 03 de outubro de 1832 a regência trina do império sanciona a resolução que funda a uma vila na povoação do curato de São Sebastião da Posse, já como São Sebastião da Barra Mansa. O tenente Domiciano de Oliveira Arruda foi o presidente da primeira Câmara Municipal, instalada em 13 de fevereiro de 1833.
DE VILA À CIDADE


Altar da Igreja Matriz de São Sebastião de Barra Mansa
1935
Em 1839 é iniciada a construção da Igreja da Matriz que foi concluída vinte anos mais tarde. Com um progresso acelerado e maduro, Barra Mansa é elevada à categoria de cidade pela lei provincial de 15 de outubro de 1857. O prédio da Câmara Municipal teve sua construção iniciada neste ano e somente foi concluída em 1861, tendo como presidente o comendador Joaquim José Ferraz de Oliveira, o Barão de Guapi.
A cidade em largo crescimento teve como principal economia a forte produção de café no final do século XIX. Foi este mesmo produto que forçou os barões do café a exigirem do Governo do Império o ramal ferroviário da Estrada de Ferro Dom Pedro II, atual Central do Brasil, para que viesse até Barra Mansa, para o transporte de suas produções. A inauguração do prédio da Estação se deu em 16 de setembro de 1871 com a presença da Princesa Isabel, então regente do Império, e seu marido, o Conde D’Eu. Eles ficaram hospedados na casa do Barão de Guapi, onde hoje é o Clube Municipal.
Em 1874 é iniciada a construção do “Jardim de Baixo”, por iniciativa de Joaquim Leite Ribeiro de Almeida que em 1922 recebe o nome de “Parque Centenário”, em homenagem ao centenário da Independência.
Com a abolição em 1888, alguns fazendeiros se veem obrigados à substituir o escravo pelo trabalhador, derramando uma gama de migrantes nestas terras. A transição da economia cafeeira para a criação de gado leiteiro se deu às inúmeras pragas nas plantações e à profunda exaustão do solo em função da infestação da monocultura. Sempre com a mão de obra dos negros escravos os fazendeiros passam suas terras aos mineiros que fazem dessa região sua nova fonte de riqueza. A produção leiteira atingiu seu apogeu no início do século XX.
Com novos trechos ferroviários abertos da antiga Estrada de Ferro Oeste Minas, a população mineira toma conta das fazendas e dos centros de comércio, espalhando sua cultura, seus costumes e hábitos.
Na segunda década do século XX, Barra Mansa é considerada região ideal para o estabelecimento de indústrias e após a revolução de 1930, Getúlio Vargas implementa a siderurgia no país. Em 1941 a Companhia Siderúrgica Nacional é inaugurada no distrito de Volta Redonda, dando a Barra Mansa o título de “cidade do aço”. A emancipação política do distrito de Volta Redonda se dá com a forte potência econômica depositada naquela região. O território barramansense é invadido, desde então, de fortes indústrias e seu comércio se expande tornando uma das principais forças econômicas do município.

Estação Ferroviária de Barra Mansa da Estrada de Ferro D. Pedro II
1881
Estação Ferroviária de Barra Mansa da Estrada de Ferro D. Pedro II
1942
