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Mais que uma mostra de arte nas ruas.

É uma TOMADA URBANA.

 

A TOMADA URBANA surgiu para ocupar com teatro as ruas e locais sem equipamentos de exibição artística. Era outubro de 2009 e os artistas da Sala Preta, decidiram apresentar todo seu repertório. A ideia era concentrar toda a programação em uma só semana. O Coletivo ainda não tinha completado um ano de formação, e já tinha três espetáculos no repertório: “O Cascudo Douradinho”, “A Noiva de Gonzagão” e “Cantos de Euclides”. Naquela época, o ator e bonequeiro colombiano Edwar Tápia, fazia um intercâmbio com os atores barramansenses e  também se apresentou com o espetáculo “Cortina do Céu”. Ali então aconteceu a primeira mostra internacional de teatro de rua de Barra Mansa e Região do Médio Paraíba Fluminense.

 

A realização contínua deste projeto permitiu compreender a importância da troca de saberes e experiências entre agrupações artísticas de diversas localidades para a construção e consolidação do processo cultural barramansense e também da região onde está inserido o Coletivo Teatral Sala Preta.

 

Em 2010 a programação ampliou-se para os bairros Vila Ursulino e Nove de Abril, e teve estreia do espetáculo JACKSON compondo a Saga Nordestina. No ano seguinte ampliou ainda mais o alcance, e passou a atender ainda a Vila Independência, o assentamento dos Sem Teto do bairro Paraíso de Cima, o bairro Vista Alegre e o Distrito de Amparo. Foi a terceira edição da TOMADA URBANA e contou com a apresentação de doze espetáculos ao todo. Além do Sala Preta, a mostra levou a Cia LaDueños de Teatro Itinerante, da Cidade do México, capital mexicana; um do palhaço Afonso Xodó, com o ator Leo Carnevale e outro da Cia. Enviezada, ambas do Rio de Janeiro/RJ. Foi realizada também, gratuitamente uma oficina com o diretor da Cia Enviezada, Zé Alex, voltada para atores profissionais. Nesta edição o contato entre os artistas e a comunidade foi mais intenso e transformador.

 

Em 2012, na quarta edição, a mostra contou com a participação de 5 grupos musicais e duas cias mexicanas, além de um importante intercâmbio com a UERJ, no projeto Zona de Contato. Além de Teatro, foi a primeira vez que o projeto levou música e performance para as ruas da cidade.

 

A ideia de outras linguagens no projeto ganhou a simpatia do público e no ano seguinte, na Tomada Urbana - Ato V, as ruas foram invadidas por obras de teatro, música, artes visuais, audio visual e performance. Em 2013 o projeto aconteceu nos bairros, Paraíso de Cima, Nova Esperança e no distrito de Rialto. A grande novidade é que o evento cresceu ainda mais e também tomou as ruas de Resende e Volta Redonda . Participaram artistas da Colômbia, Equador, Espanha, Mali, Inglaterra e de diferentes cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, Niterói, Miguel Pereira e Campinas.

 

 

 

PORQUE TOMAR A CIDADE?

As oportunidades de consumo cultural, especificamente em artes cênicas, são economicamente inviáveis para a maioria da população de Barra Mansa. Ao tratar de consumo de cultura, não necessariamente trata-se de valor instituído ao ingresso pago, mas sim à presença que o espectador dedica à “acontecência” espontânea que interrompe seu cotidiano. O teatro de rua é, comumente, compreendido como um modo espetacular que busca este lugar de convivência pública. A rua é o lugar de encontro com um público particular, o público popular.

 

Realizar a Tomada Urbana em Barra Mansa promove a formação de plateia. Quem se forma é o artista em cena, ao celebrar, vibrar e compartilhar com público sua arte. O espectador de rua se (trans)forma, transcende no seu papel de plateia, porque vivencia a obra, e isso é pra sempre.

 

Poder oportunizar ao cidadão barramansense o contato gratuito com artistas de vários lugares do mundo e com a arte do teatro em seu território cotidiano, é sem dúvida, a grande realização da TOMADA URBANA. Torna-se imperativa e necessária a realização deste projeto para suprir a baixa oferta de atividades culturais gratuitas, principalmente nos bairros da cidade. O Projeto garante a continuidade de um evento exitoso, além de promover o intercâmbio nacional e internacional entre artistas de teatro.

 

Entre os principais resultados da Tomada Urbana, além da fruição da livre arte de rua, destaca-se a difusão do artigo 5º da Constituição Brasileira de 1988, especialmente os itens IX e XVI, respectivamente sobre o direito à livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada.

 

QUE IDEIA É ESSA?

A ideia de TOMADA como invasão, não significa, necessariamente, uma atitude anárquica de rebeldia, mas uma interferência na lógica da cidade, uma intromissão ao uso cotidiano do espaço. Toda forma teatral que se realiza num centro urbano propõe uma “desordem” que interfere nos fluxos centrais estabelecidos. Estes fluxos formais, que organizam os conceitos e sentidos culturais da cidade, são objeto da intervenção dos discursos teatrais propostos por esta TOMADA.

 

Essas noções da cidade concebidas por arquitetos, urbanistas e pelos próprios cidadãos são explodidas, “desorganizadas”, ainda que de forma provisória e fragmentada. “Desorganizar” essas noções de fluxos formatados e codificados por meio da linguagem teatral, é buscar a construção de novos lugares sem implodir as linhas de concreto, pois implica na redefinição das relações existentes entre o cidadão e os espaços da cidade de modo a (re)territorializá-lo nestes sítios, redefinindo sentidos antropológicos ou relacionais.

 

O ato de “TOMAR” a cidade é um claro posicionamento ideológico que se funda como declaração de direitos do cidadão sobre as normas do espaço público e de historização desse espaço. Expandir essa idéia é possível quando ao se pensar que “TOMAR” a silhueta da cidade é, de fato, propor algo que extrapola o ato de “levar o teatro às ruas”, é TOMAR a rua como matéria do próprio espetáculo.

 

JÁ PARTICIPARAM DA TOMADA URBANA:

TEATRO

Edward Tápia (Colômbia),

Cia de Teatro La Dueños (Cidade de Mexico/DF – México),

Cia Coral Soldado (Cidade de Mexico/DF – México),

Corporación Humor y Vida (Quito - Equador),

Camilo Pacheco (Quito - Equador),

Cony Angel (Colômbia),

Cia. EnvieZada (Rio de Janeiro),

Cia. Duo Sobre Desvio (Rio de Janeiro),

Léo Carnevale (Rio de Janeiro),

As Palhaças Bastianas (Volta Redonda/RJ),

Abadá Capoeira (Barra Mansa/RJ),

Sala Preta (Barra Mansa/RJ)

Os Feijões (Barra Mansa/RJ)

 

PERFORMANCE

Cambar Coletivo (Londres - Inglaterra, Campinas/SP e Miguel Pereira/RJ),

Denise Espírto Santo e Eloisa Brantes do projeto Zona de Contato - UERJ (Rio de Janeiro/RJ)

 

ARTES VISUAIS

Leandra Espírito Santo (Rio de Janeiro/RJ),

Alexandre Pinheiro (Barra Mansa/RJ)

Ana Costa (Volta Redonda/RJ),

Ana Luiza Flores (Volta Redonda/RJ),

 

DANÇA

Tácio Fidelis (Volta Redonda/RJ)

Leonardo Reis (Volta Redoda/RJ)

 

MÚSICA

Ive Seixas (Resende/RJ)

BeatBass Higth Tech (Volta Redonda/RJ),

Bloco de Concreto (Volta Redonda/RJ),

Quarto do L (Volta Redonda/RJ),

Amplexos (Volta Redonda/RJ)

Quinteto Vera Cruz (Volta Redonda/RJ),

Sara Bentes (Volta Redonda/RJ),

Thiago Elniño (Volta Redonda/RJ),

Edmar Zambroni (Volta Redonda/RJ)

 

AUDIOVISUAL

Octavi Royo (Barcelona - Espanha. Com filmes de Mali, Equador e Colômbia)

Renan Brandão (Volta Redonda/RJ),

Sergio Santeiro (Niterói/RJ)

Thiago Almeida (Barra Mansa/RJ)

tomada urbana

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