Investigar maneiras de relacionar-se com o outro e com o espaço e criar uma maior abertura do canal dos sentidos. Criar espaços que propiciem a descoberta de caminhos possíveis em suas buscas pessoais, que alimentem e impulsionem seus processos criativos, suas necessidades e inquietudes. Essa é a proposta da “Arauto das Águas”, oficina teatral, realizada por meio do Coletivo Teatral Sala Preta, entre os dias 20 e 22 de março, na Sala de Espetáculos Lourdina Chiesse, mais conhecida como Tulhas do Café.

 

Ministrada por um dos fundadores do Sala Preta, Davi Cunha, que se afastou do grupo para aprimorar a técnica através de um intercâmbio em Bogotá, Colômbia, a oficina-laboratório Arauto das Águas é destinada a atores, bailarinos, performers e artistas interessados nos processos de criação e treinamento energético. A oficina faz parte do plano de contrapartida do projeto de residência artística do ator e pesquisador pelo edital de Intercâmbio e Difusão Cultural promovido pelo Ministério da Cultura e é totalmente gratuita.

 

Ao todo são 20 vagas na qual os interessados deverão enviar carta de intenção com no máximo 15 linhas para o e-mail confrariacelestina@gmail.com até o dia 12 de março. A confirmação das inscrições serão enviadas até o dia 14.

 

“A oficina-laboratório tem como princípio ativo explorar as potencialidades do ator por meio da investigação e criação artística em uma superfície onde os integrantes possam construir a partir do seu trabalho pessoal e da conexão com o espaço e o outro uma malha sensível a captações daquilo que não está presente em nossa vida frequente e comum”, explicou Davi.

 

Quanto à dinâmica das aulas nos dias da oficina, Davi ressalta.

“Não sei exatamente o que vamos encontrar durante os dias de oficina. Um encontro de trabalho em uma oficina onde forma-se um grupo que não está habituado a trabalhar gera resultados sempre surpreendentes. A possibilidade do que é novo, da elaboração conjunta de contatos em outros níveis que não se fazem presentes em nosso cotidiano, essa é uma de nossas propostas”, disse.

 

O ator do Sala Preta, Danilo Nardelli, revelou que antes mesmo da ida de Davi para Colômbia o coletivo teatral já havia enviado sua carta de intenção para a realização da oficina em Barra Mansa.

“O Sala Preta se sente bastante emocionado em receber o Davi para compartilhar esses conhecimentos adquiridos no intercâmbio, afinal, ele foi um dos fundadores do coletivo e faz parte da nossa historia.”

 

 

Davi Cunha

Ator e pesquisador, iniciou sua formação teatral no curso de interpretação para atores dirigido por Symão Francisco de Oliveira, bacharel em Artes Cênicas pela UNIRIO-RJ em 2000. Indicado uma vez e premiado quatro vezes como Melhor Ator em festivais da região sul fluminense, atuou em 31 peças e trabalhou com diversos grupos da região. Doze delas, como integrante do grupo teatral ObsCênicos, incluem obras de grandes dramaturgos tais como Nelson Rodrigues, Harold Pinter e Samuel Beckett. Com a Fundação CSN, viajou mais de 20 cidades da região Centro-Oeste no projeto Caminhão para Ziraldo. No Rio de Janeiro, atuou nas peças Um Longo Sonho do Futuro (dir. Denise Espírito Santo, inspirado no diário de Lima Barreto) e Deflora-te (dir. Gabriela Linhares, inspirado n’O balcão de Jean Genet, desenvolvido pelo Cia. Duplô que tem, como base teórica, o ator e seu duplo, de Antonin Artaud). Estudou balé clássico no Balé de Câmara de Barra Mansa de 2002 a 2004 sob direção do bailarino Antônio Bento. Participou de diversos cursos e oficinas voltadas para a dramaturgia do ator (Alberto Wiser), mímica corporal dramática (Ana Teixeira), Samuel Beckett (Isabel Cavalcanti),dramaturgia do ator(Norberto Presta),exercícios plásticos e exercícios físicos(Fernando montes), dentre outras. Trabalhou como ator, diretor artístico, preparador corporal no Coletivo Teatral Sala Preta, de Barra Mansa, para o espetáculo Nasce uma cidade, e na UERJ para a peça Rosas de Noel como preparador corporal (dir. Denise Espírito Santo). Atualmente integra o grupo avançado de investigação O Corpo da Organicidade, conduzido por Fernando Montes e Gabriela Amado em Bogotá ,Colômbia.