A fonte fundamental da vida que sustenta a todos os seres - a água – é tema de grande preocupação. No sudeste do país, o rio Paraíba do Sul, o mais importante do estado do Rio de Janeiro, pede socorro. Em São Paulo, por exemplo, nunca se viveu tamanha crise hídrica a ponto da transposição do rio Paraíba do Sul ser tema de discussão nacional. Como forma de  conscientizar sobre a preservação deste e de outros grandes potenciais hídricos do país foi criada a peça “O Cascudo Douradinho”, que será apresentada neste domingo, 12, às 16h, no Sesc Ipiranga, com entrada é gratuita.

 

A peça, que foi adaptada da obra "Amiga Lata, Amigo Rio", de Thiago Cascabulho, aborda a preservação do meio ambiente ao contar a história de um peixe cascudo, que vive solitário na foz de um rio poluído, mas que sonha em viver em águas limpas e pra isso segue contra a correnteza buscando a nascente do rio.

 

Essa é a história do “Cascudo Douradinho”, uma peça do Coletivo Teatral Sala Preta, grupo de Barra Mansa, sul do estado do Rio de Janeiro. Criada em 2009, a peça ainda é atual já que, recentemente, um estudo desenvolvido pela Universidade de Taubaté (UNITAU) revelou que o Rio Paraíba do Sul recebe, atualmente, o esgoto da maioria dos municípios pelos quais passa. E segundo dados do Comitê de Integração do Rio Paraíba do Sul (Ceivap), este rio possui em sua Bacia Hidrográfica184 municípios, sendo 88 municípios em Minas Gerais, 57 no Rio de Janeiro e 39 em São Paulo.

 

Segundo um dos integrantes da peça, Rafael Crooz, na ocasião ainda será apresentado o projeto Da Foz à Nascente, que tem como objetivo levar conscientização ambiental a 60 mil crianças das escolas da rede pública de todas as cidades que são cortadas pelo rio Paraíba do Sul.

“O projeto pretende fazer com que essas crianças vivenciem a história do Douradinho na prática, um peixe que foi até a nascente buscar uma maneira de salvar o rio”, disse Rafael, que ainda ressaltou que este projeto é realizado pelo Sala Preta em parceria com a Caraminholas Produções, de São Paulo.

 

Sinopse

Um pequeno peixe cascudo vivia solitário em rio muito poluído. Um dia, enquanto procurava comida, uma lata de alumínio dourada ficou presa em sua nadadeira, e passou a ser a sua única companheira. Por isso ele recebeu o apelido de Douradinho.

 

Douradinho e sua lata resolveram nadar contra a corrente a procura de um lugar mais limpo para viver, um paraíso, a nascente do rio. No caminho, eles conhecem a Língua Negra, a Árvore, o Menino e o Afluente. Todos esses personagens explicam ao peixinho as causas da poluição e indicam formas de combatê-la. A viagem do peixe é uma jornada de amadurecimento pelo conhecimento. Será que ele conseguirá chegar ao paraíso do rio?

 

 

Douradinho já nadou por muitos rios

Em 2009, o grupo adaptou o livro Amiga Lata, Amigo Rio para o teatro, com composições de músicas originais, manipulação de bonecos, técnicas circenses e música ao vivo. No mesmo ano o peixinho viajou numa longa aventura até o Equador, integrando a Red Ecuatoriana de Festivales, nas cidades de Quito, Guayaquil, Chone e Manta. Desde sua estreia, o Douradinho já se aventurou pelas cidades fluminenses de Paraty, Volta Redonda, Resende, Campos dos Goytacazes, Itatiaia e Rio de Janeiro, além das cidades paulistas Teodoro Sampaio e Mirante do Paranapanema, além cidades do Moto Grosso do Sul, como  Nova Alvorada do Sul e Costa Rica e Alto Taquari do Mato Grosso e as cidades de Goiás, Mineiros, Perolândia, Caçu e Cachoeira Alta.

 

Em 2010 voltou para o Equador para participar da Revuelta a La Mitad del Mundo, apresentando-se em toda o cordão fronteiriço equatoriano com a Colombia. Este projeto atendia as comunidades afetadas pelos conflitos armados naquela região, e os atendidos pela caravana cultural puderam entender a história do Douradinho, pois a peça foi traduzida para o espanhol. Foram 35 dias de jornada passando pelos principais rios daquela região, inclusive alguns afluentes do Rio Amazonas, como o Putumayo e o San Grabriel.

 

 

Ficha Técnica

 

Direção Coletiva

Elenco: Bianco Marques, Danilo Nardelli e Rafael Crooz.

Trilha Sonora Original: Bianco Marques

Iluminação: Bravo                                                                                     Baseado na obra “Amiga Lata, Amigo Rio” de Thiago Cascabulho